Sing Sing: indicado ao Oscar, filme aborda a Arte como ferramenta de reabilitação

Título: Sing Sing (título original)

Direção: Greg Kwedar

Duração: 107 minutos

Data de lançamento no Brasil: 13 de Fevereiro de 2025

Origem: Estados Unidos da América

Classificação: 14 anos

Gênero: Drama.

Sinopse: “Em Sing Sing, acompanhamos Divine G (Colman Domingo), um homem preso injustamente que encontra um novo propósito ao se unir a um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detentos, ele embarca em um projeto artístico que vai além das grades, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resiliência. A chegada de um novo integrante, cauteloso e desconfiado, desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão. Juntos, os homens decidem encenar sua primeira peça cômica, e o processo criativo se torna um caminho para reconciliação consigo mesmos e com suas histórias. Baseado em uma comovente história real, o filme destaca a força da humanidade e o impacto que a arte pode ter em ambientes adversos. Com um elenco de atores anteriormente encarcerados, Sing Sing é um testemunho do poder restaurador do teatro e da possibilidade de redenção, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, reafirmando a dignidade e a esperança daqueles que encontram na expressão artística uma forma de liberdade.”

Em “Sing Sing”, podemos ter um vislumbre da frase “A ARTE SALVA” na prática: fundado em 1996 na prisão de segurança máxima Sing Sing (que dá título ao longa-metragem), o programa Rehabilitation Through the Arts (em português, Reabilitação Através das Artes) mostrou a diversos detentos no decorrer de anos, que existe algo pelo qual vale se empenhar criativamente e que há esperança dentro e fora dali.

Por meio de diálogos entre personagens, são levantadas reflexões sobre como o sistema carcerário e o governo têm a intenção de manter determinadas pessoas dentro das grades, como o protagonista, Divine G, que foi preso por um crime que não cometeu e foi mantido na prisão por mais de dez anos, mesmo apresentando provas de sua inocência. A maneira como as dinâmicas sociais funcionam tiram as esperâncias de mudança de vida dessas pessoas, sobretudo para o que poderiam fazer fora da prisão para não retornarem a cometer delitos.

Entretanto, o enredo ficcional mesclado a diversificados pontos reais, que são inclusive apontados no encerramento do longa, nos mostra como o Reabilitação Através das Artes com as reuniões, criações artísticas, discussões e parcerias entre os detentos participantes do programa ajudou muitos deles a recomeçarem suas vidas e terem mais confiança em si, além de confiar também no Outro.

Elenco de membros do RTA atuando em Breaking the Mummy’s Code
Foto de Brent Buell, diretor do RTA

Com participação de personalidades reais do grupo Reabilitação Através das Artes, Sing Sing é emocionante e instigante. Contudo, apesar de essa mensagem de esperança nos ser apresentada, ao finalizar o filme, temos mais uma provocação à reflexão crítica: há uma crítica sutil à constante chegada de jovens na prisão e como essa rotatividade de entrada e saída de homens semelhantes ao Divine G ainda hoje persiste.

Indicação ao Oscar

Em 2025, Sing Sing está concorrendo aos prêmios de Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original no Oscar. Não somente por isso, reforço o convite para que você vá ao cinema conferir essa (também) nossa indicação.

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Lorena Ribeiro

Lorena Ribeiro é soteropolitana, graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia e mestra em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Escritora, produz poesias, contos e literatura infantil. É idealizadora do projeto Passos entre Linhas, e com ele tem como foco a divulgação de autores da Bahia, principalmente autoras negras. É também idealizadora do projeto Lendo a Bahia (incluindo o clube de leitura de mesmo nome). Lorena tem publicado o livro infantil “O divertido glossário da Jana”, e faz parte de antologias de poesias e contos. Lançou em 2024 o seu primeiro livro artesanal de poesia: Amuleto.

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