Como um um frescor para um novo projeto criativo: Superman tem lançamento em julho de 2025

Desde que o novo filme do superman foi anunciado, agora sob a direção de James Gunn, diretor de Guardiões da Galáxia e Esquadrão Suicida, a internet foi tomada pelo entusiasmo diante da possibilidade de um filme de super-heroi menos sombrio, mais otimista e que abordasse o heroi kryptoniano como um símbolo de esperança. É assim que o filme marca a entrada definitiva em uma nova fase para o cinema de heroi, que surge no momento em que os estúdios andam desesperados em busca de uma nova mina de ouro.

Dando fim aos visuais sombrios e às caracterizações que buscavam realismo, agora teríamos um filme lúdico, bebendo direto na fonte dos quadrinhos. O novo filme do Superman é de fato uma entrada com frescor, porém não menos trôpega, irregular, tropeçando em falhas simples que prejudicam a obra diretamente.

Embora a experiência seja prazerosa, o filme se sustenta em cima de alicerces muito frágeis de maneira geral. Enquanto busca o tom mais leve, o longa negligencia desenvolvimentos que fariam muito bem ao enredo.

Por um lado, enquanto temos um protagonista mais fragilizado e humano, o que é bom, temos também um heroi com menos ímpeto e menos energia. Termina-se o filme com o gosto de que o Super-homem foi enfraquecido como heroi, não só no uso dos seus poderes, como também na inteligência. De fato, o protagonista da vez é pensado como uma criatura ingênua, que tem como fragilidade o excesso de empatia e de confiança nas pessoas ao redor. Porém, quando eventos mais drásticos acontecem na trama, o roteiro se esquiva de mergulhar com profundidade nos altos e baixos do personagem. O filme abre com a discussão sobre responsabilidade, mas logo perde o fio da temática com muita dispersão.

Infelizmente, também é possível terminar a sessão com o sentimento de que o filme não extraiu o máximo das suas imagens, ou seja, das suas cenas. Embora exista, sim, uma ameaça mundial, as cenas de ação são contidas, pouco inventivas e de estrutura fraca. O mesmo pode-se dizer da abordagem política do filme, que traz pouca coragem, embora pareça estar tentando dizer mais do que diz de fato. 

Contudo, apesar de tudo isso, é possível terminar a sessão com um bom sentimento. A nova empreitada do Superman nos cinemas é carismática, e de fato traz um frescor para um novo projeto criativo, é como uma história em quadrinhos que você lê durante as férias, sente prazer e logo em seguida pega a próxima edição.

Lançamento no Brasil: 10 de julho de 2025.

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Lorena Ribeiro

Lorena Ribeiro é soteropolitana, graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia e mestra em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Escritora, produz poesias, contos e literatura infantil. É idealizadora do projeto Passos entre Linhas, e com ele tem como foco a divulgação de autores da Bahia, principalmente autoras negras. É também idealizadora do projeto Lendo a Bahia (incluindo o clube de leitura de mesmo nome). Lorena tem publicado o livro infantil “O divertido glossário da Jana”, e faz parte de antologias de poesias e contos. Lançou em 2024 o seu primeiro livro artesanal de poesia: Amuleto.

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